Os anos 60 e 70 foram marcados pelo movimento hippie. Contra o capitalismo e com estilo de vida de “Sexo, drogas e Rock’n Roll”, os hippies eram muito mal vistos pela sociedade. Porém, eles também fizeram história graças a seus ideais inovadores. A geração hippie era composta por jovens exploradores, destemidos e que discutiam questões políticas, protestavam contra as guerras, eram contra o materialismo e viviam livres pelo mundo e em comunhão com a natureza.
Grande parte deles vivia na estrada viajando sem dinheiro algum e muitas vezes por terras inexploradas, eles eram totalmente roots.
Paz e Amor
Acredito que praticamente todo mundo conhece essa expressão. Ela é tão forte que até hoje é falada.
O símbolo de paz e amor não foi inventado pelos hippies. Ele foi criado pelo designer britânico Gerald Herbert Holtom, para ser usado na campanha pelo desarmamento nuclear, o símbolo inclusive é formado pela sobreposição das letras N e D em alfabeto semafórico, iniciais de Nuclear Disarmament (Desarmamento nuclear), com um círculo em volta representando a terra.
Algum tempo depois os hippies adotaram e imortalizaram a expressão e o símbolo.
Eles também usam como símbolo o dedo indicador e o médio levantados como símbolo da paz e amor, gesto que muita gente usa até hoje.
É injustiça negar a beleza e importância dessa expressão e desses símbolos que perduram, assim como a propagação deles pelos hippies.
A paz é algo que deve existir até nas menores ações do dia a dia, se formos pensar como as pessoas estão agindo umas com as outras, a paz está muito longe de ser alcançada. Mas pense em como seria diferente o mundo se ela reinasse.
O amor é o que move o mundo, porque ele é o sentimento central aos outros. Ele é capaz de despertar alegria, tristeza, ódio. É como disse Mahatma Gandhi, “O amor é a força mais sutil do mundo.”.
A paz é como um mar sem ondas, tranquila, leve, flutuante. O amor é como o Sol, é radiante, é energia, é vitamina. Ambos formam juntos um dia lindo para curtir a praia. =)
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As diferenças entre mochileiros e hippies
Eu admiro a geração de hippies. Às vezes me sinto um pouco hippie, mas sei que sou muito mais mochileira. É pensando nas diferenças que a gente reflete e eu encontrei pelo menos três diferenças entre mochileiros e hippies.
A primeira e principal diferença é que eles viviam com ainda menos dinheiro do que nos mochileiros, porque eles não tinham tantas pretensões como nós temos e eram contra o consumismo, vivendo apenas do básico. Os mochileiros querem conhecer tudo: natureza, monumentos, pontos históricos. Queremos viver aquele lugar que estamos, conhecer a história, provar das comidas, ouvir o sotaque, conversar com as pessoas e mais e mais. Ás vezes nem dá tempo de fazer tudo.
Os hippies eram mais despojados. Eles eram mais perambulantes do que exploradores.
A segunda diferença é que eles viviam em comunidade, estavam sempre acompanhados e essa convivência entre grupos era uma das coisas mais importantes para eles. Além de nem todos viveram como nômades.
Mochileiros geralmente são solitários, o nosso objetivo principal é explorar. Se não der para fazermos isso acompanhados, vamos sozinhos mesmo e sabemos que em cada destino conheceremos pessoas novas que irão nos marcar e nos ensinar e que também vamos ensiná-las.
A terceira diferença é que uma das formas que os hippies têm para sobreviver é com artesanato. Já o mochileiro costuma juntar dinheiro para fazer uma trip de curta, média ou longa duração ou é um nômade digital, que trabalha através da internet e consegue se locomover.
Mochileiros: a geração de novos hippies
Embora os mochileiros não tenham um movimento, nós provocamos uma mudança através das nossas ações, estilo de vida e coragem.
De certa forma nós também defendemos a paz, o amor e o desapego aos bens materiais, porém, nossa participação é diferente de como foi a dos hippies nos anos 60/70. O mochileiro atinge as pessoas inspirando o próximo, dissipando seus pensamentos e ideias. Dá para notar que cada dia que passa mais pessoas estão ousando se jogar no mundão. Temos diversas histórias incríveis de idosos, casais, mulheres sozinhas e homens sozinhos que estiveram, estão ou estarão viajando pelo mundo por 1, 2, 5 anos seguidos.
Com o tempo isso vai virando uma corrente e mais gente começa ver que é possível: sonha, planeja e vai. Por isso, a tendência é desse “movimento” só crescer. Nós temos ainda uma vantagem muito grande perante os hippies de antigamente, temos a internet e através dela conseguimos espalhar nosso estilo de vida.
Nós não fazemos manifestos, não nos organizamos, não saímos por aí levantando questões políticas, não temos um estilo único de se vestir e nem uma insígnia que nos simbolize. Nem nossas opiniões políticas são as mesmas.
E sinceramente? É até melhor assim, nós não precisamos ter a mesma opinião sobre tudo, não devemos seguir os mesmos caminhos, o importante é preservar aquilo que a gente acredita. Preservando nosso ideais, a paz, o amor, mostrando para o mundo que o bem maior é o planeta e não os bens materiais e inspirando outras pessoas a conhecerem a vida além do que está dentro da caixinha, já estaremos fazendo um “trabalho” maravilhoso. =)
Mochileiros mal justificam que um lugar invista em estrutura ou conceda visto para recebê-los uma vez que não dão lucro, ou dão muito pouco. Muitas comunidades em países subdesenvolvidos dependem dos turistas como fonte de renda e os mochileiros ocupam espaços onde o retorno é menor do que o esperado.